2011-09-23 22:06
O progresso traz mudanças
A mudança desinstala
Quem não segue então dança
Nessa dança se embala
Quem trafegar entre os paralelos sete e nove sul, próximo ao meridiano quarenta e oito oeste, certamente encontrará uma cidade de, aproximadamente oitenta mil habitantes, que hoje desfruta de todos os benesses que uma metrópole interiorana oferece: luz elétrica, televisão, internet, celular; além de indústrias, comércios, hospitais e até Faculdades que proporcionam trabalho, estudo e um certo bem estar, fruto desta era privilegiada que é o século XXI.
Até o século XVIII aqui reinavam exclusivas e absolutas várias tribos indígenas que viviam de caça e de pesca, e eram donas destas enormes extensões de terras ricas em águas. Desde os meados do século XVIII começaram a aparecer alguns retirantes do nordeste, atraídos pelas águas abundantes e a fartura de caça e pesca além da colheita do côco babaçu. A agricultura era só de sobrevivência, pois os produtos não encontravam saídas, os únicos caminhos eram as picadas abertas pelos índios e o transporte às costas de burros; estrada mesmo era um sonho distante.
A partir de 1956, com a eleição presencial do mineiro destemido, Juscelino Kubistchek de Oliveira, começaram a ribombar os primeiros estrondos de motores, rompendo a calma letárgica deste fim de mundo. Havia tratores, pá mecânicas, caminhões e tudo o mais que é útil para derrubar árvores, plainar o solo, construir pontes. Era o progresso que avançava atropelando uma cultura milenar. A Belém-Brasília era irreversível. Tinha sido planejada, riscada em papel. Ela devia seguir a Serra dos Estrondos, divisória das águas entre Tocantins e Araguaia. Várias empreiteiras assumiram trechos dessa obra monumental sem precedentes e onde uma empresa acampava ali se formava o embrião de uma nova cidade.
Foi um desses acampamentos que deu origem à nossa cidade e por estar na divisa das águas entre o Tocantins e o Araguaia, recebeu, no seu batismo, o nome de TOCANTIARA.
Cada qual tem o seu ninho construído com amor
Floreado com carinho por um simples trovador
Tocantiara dos meus sonhos, pois aqui surgiu meu lar
Floresceram bem risonhosos botões a perfumar
Nesta terra tropical de um jasmim e uma rosa
um abraço magistral nasceu vida bem ditosa
